Capítulo 3


No capítulo anterior, o Diretor Anselmo recebe a Equipe de Formatura e a convida para um café. Enquanto isso, os adolescentes conversam sobre a formatura. Enquanto jovens e crianças estudam, a mãe de Letícia, D. Eleonora sai para mais uma jornada em busca de emprego. O que ela não esperava é que ao atravessar a rua pudesse ser atropelada por uma motorista apressadinha.



CENA 1 – HOSPITAL E MATERNIDADE LUZ – INT./DIA

Entrada apressada de bombeiros e enfermeiros empurrando uma maca. Dona Eleonora está recebendo soro, enquanto a maca é conduzida pelo corredor. O último bombeiro a entrar entrega à atendente, no balcão, a bolsa da paciente. A atendente revira por dentro da bolsa e encontra um documento para preencher a ficha e um papel com o número de um telefone residencial. Depois de preencher a ficha, a atendente liga para o número encontrado. É da vizinha de Eleonora.

                                ATENDENTE
É isso que estou dizendo, minha senhora. Eleonora Alves Nascimento deu entrada neste hospital vítima de um atropelamento e está sendo atendida neste momento. Pedimos a gentileza de avisar os parentes.

                   Sandro e Zuleica chegam correndo ao hospital. Dirigem-se à atendente para tirar alguma informação.

                                SANDRO
                                Por favor, senhorita, deu entrada aqui alguma vítima de atropelamento?

                                ATENDENTE
                                Sim. Só hoje recebemos dez casos de atropelamento.

                                ZULEICA
O problema é que não sabemos o nome da pessoa que procuramos. Eu estou aqui porque me distraí no trânsito e fui responsável pelo acidente.

                                ATENDENTE
Bom, minha senhora, o problema é que o horário de visitas é só às 13 horas. Se quiser aguardar ou voltar mais tarde para reconhecer a pessoa a qual procura, fique à vontade.

                   Sandro e Zuleica decidem esperar. Sentam-se numa poltrona, pegam uma revista e mergulham na leitura.


CENA 2 – COLÉGIO/BLOCO B - SALA DE LEITURA – INT./DIA

Os 21 alunos do 9º ano A estão sentados em círculo na Sala de Leitura. No colégio, todas as turmas são compostas por no máximo 21 estudantes. Aula de Literatura. O Professor Cido cobra os trabalhos. Ele é um homem 30 anos, magro, de estatura média, cabelos compridos até os ombros, barba muito bem feita, e uma voz agradável e generosa.

                                PROF. CIDO
Bom dia, classe! Hoje faremos uma roda de conversa sobre as três obras que lemos nestes últimos meses do bimestre. Dividimos a turma em três grupos de 7 alunos cada e vejo que hoje está todo mundo aqui. Muito bem, adianto que me orgulho da responsabilidade de vocês. É sinal de que realmente leram as obras.  Apresentem-se os três líderes, por favor.

Levantam-se Pablo, Valquíria e Soraia. Aproximam-se do professor indo sentar-se em cadeiras próximas a ele.

                                PROF. CIDO
(Aos três) Ótimo! Vocês conduzirão a nossa roda de conversa de hoje. (Virando-se a Pablo que está à direita) Pablo, que livro seu grupo leu?

                                PABLO
                                Lemos Cyrano de Bergerac do ilustre dramaturgo francês...

                                PROF. CIDO
                                A classe sabe o que é um dramaturgo?

                   Letícia levanta a mão e espera uma ordem para responder.

                                PROF. CIDO
                                Senhorita Letícia, fale-nos o que sabe, por favor.

                                LETÍCIA
                                Dramaturgo é aquela pessoa que escreve peças teatrais.

                                PROF. CIDO
                                Está certíssima. Quer dizer então que Cyrano de Bergerac é originalmente uma peça teatral.

A turma aplaude. Outros gritam saudando a colega. Luíza torce a cara não achando motivo para tanta ovação.

                                PROF. CIDO
Advirto-os que esses aplausos sejam pelo fato de a estudante Letícia ter respondido, e não simplesmente por ter acertado. Com isso, quero combinar que toda vez que alguém responder algo aqui, seja certo, seja errado, receba aplausos.

                   Alguns estudantes cochicham.

                                LUNA
                                Gostei disso. Assim a gente não precisa ter medo de responder.

                                CLAUDIO
             Tem razão. Eu sempre fico calado porque tenho medo de ser zoado pela turma.


CENA 3 – HOSPITAL/RECEPÇÃO – INT./DIA

Chega um homem correndo, desesperado. É funcionário da limpeza pública. Está vestindo um uniforme de trabalho. Sandro e Zuleica colocam a revista a um canto e observam o choro desesperado do gari.

                                RONALDO
                                Por favor, moça, como tá minha mulher? Onde ela está? Posso ver ela?

                                ATENDENTE
                                Ela quem, meu senhor?

                                RONALDO
Eleonora, minha esposa. Eleonora Alves Nascimento. Ela foi atropelada ainda há pouco e foi trazida para cá. Minha vizinha ligou para o meu serviço avisando.

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