21 de julho de 2015

Semana das Pérolas - Segundo dia

Estátua "O pensador", de Rodin

SOBRE A BUSCA DE IDENTIDADE

Onde sou que não me sei?
Quem estou que não me creio?
Onde sou que não me penso?
Como estou que não me sinto?

Sei que sinto como sou
Mas não sinto que sei como estou
Penso que creio quando sou
Mas não creio que penso quando estou.

Onde sou que não me encontro?
Quem estou que sou tão procurado?
Há algo errado quando ser é perder-se de si;
E quando estar é esconder-se dos outros.

Onde saber?
Quem crer?
Quando ser?
Como estar?
Sentir
Pensar
Ir.

Como me é tão difícil saber eu!

(SANTOS, Carlos. Pérolas. CJS Edições. p.69)


2 comentários:

  1. Penso, logo...existo. Mas o que pensar de minha existência se minha visão dela não depende só de mim? Ha quem diga que não depende da opinião dos outros, mas, paradoxo dos paradoxos, sem a contribuição da visão alheia, como definir com exatidão quem somos? Posso ser o protagonista da minha história, mas para os outros, posso ser um mero figurante. Para uns, o heroi. Para outros, vilão... Se dependesse só de minha visão, etaria fadado à possibilidade da insanidade, vivendo em um mundo só meu, e se dependesse só da visão alheia, estaria em problema de igual proporção.
    A relugião diz que sou filho de Deus. A ciência, que sou poeira estelar. Tão inportante e tão ínfimo. Por que não posso ser os dois? Posso.
    Acho que por isso é tão dificil nos definir. Somos tanto para tantos. Somos homem e lobo da estepe, e outras mil coisas. Somos a soma de nós mesmos e do que querem fazer de nós. Não tudo o que vamos ser. Patria. Sexo. Aparência... Mas decidimos o que vamos fazer das coisas que nos fazem.
    Mas as vezes, tudo o que basta, é aquilo que Alberto Caeiro diz: uma flor é uma flor e faz o que uma flor foi feita pra fazer. Ela é. Assim, para conservar a sanidade, ha horas em que é melhor nos guardar de dúvidas e fazer como a flor faz.. apenas ser.

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  2. Obrigado por sua contribuição, Paulo. Mergulhar para dentro de nós mesmos é uma aventura fantástica. Nem sempre conseguimos tocar o fundo, porque a distância é muito grande da margem, e ao nos faltar ar, precisamos voltar logo à tona, para recomeçarmos novamente a nossa epopeia. É assim, num indo e vindo, nossa vida. Acho que nunca nos conheceremos por completo. Sempre haverá um fato novo em nós que nos surpreenderá. Um forte abraço!

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